"As minhas mãos mantêm as estrelas
Seguro a minha alma para que se não quebre
A melodia que vai de flor em flor
Arranco o mar do mar e ponho-o em mim
E o bater do meu coração sustenta o ritmo das coisas."
Sophia de Mello Breyner
sábado, março 31, 2012 | Marcadores: Sophia de mello Breyner
sábado, março 31, 2012 | Marcadores: Osho
sexta-feira, março 30, 2012 | Marcadores: Aline Calixto
quinta-feira, março 29, 2012 | Marcadores: Fabrício Carpinejar
quinta-feira, março 29, 2012 | Marcadores: Noemyr Gonçalves
A alegria era tão grande que já não cabia nos potes que levava no bolso! Não fazia mal, não fez, não fará, porque alegria de bolso já não a interessava mais. A danada da alegria tomava conta de cada canto de seu corpo, era como estrelas que faíscavam. Como o Sol a brilhar com muita força, só que dentro dela. Sorria pra ela, pro mundo. Apreciava tudo com a delicadeza das borboletas. Respirava as flores, as amizades, os amores, as conversas, os silêncios, o verde e o azul das coisas. Respirava a vida, enfim!
Noemyr Gonçalves
quinta-feira, março 29, 2012 | Marcadores: Ana Jácomo
quarta-feira, março 28, 2012 | Marcadores: Ana Jácomo
quarta-feira, março 28, 2012 | Marcadores: Clarissa Corrêa
terça-feira, março 27, 2012 | Marcadores: Marla de Queiroz
domingo, março 25, 2012 | Marcadores: Zélia Duncan
sábado, março 24, 2012 | Marcadores: Camila Heloíse
Não era qualquer coisa que iria endireitar meu espírito. Nem qualquer sacanagem que me encantaria. Ou qualquer meio beijo que me faria ficar. Eu precisava de outras coisas pra topar fechar os olhos e pular no abismo de alguém. Precisava de céu que significasse mais do que um azul infinito, precisava entender porque eu queria tanto ver o mar. E precisava de alguém que não quisesse fazer meu coração em picadinhos pra caber no próprio peito, e aceitasse ele inteiro, gigante.
Camila Heloíse
sábado, março 24, 2012 | Marcadores: Cazuza
sexta-feira, março 23, 2012 | Marcadores: Jimmy Cliff
quarta-feira, março 21, 2012 | Marcadores: Marla de Queiroz
quarta-feira, março 21, 2012 | Marcadores: Clarissa Corrêa
Sempre me senti diferente dos outros. Não mais bonita, não mais inteligente, não mais especial, não mais esperta, não mais maluca, não mais legal, apenas diferente. Sou diferente na forma de sentir, tudo que me toca, me toca fundo. Tudo que me alegra, me alegra muito. Tudo que me dói, dói forte, corta. Nunca tive muitos freios em matéria de sentimento. Sempre que eu quis ir, fui. Muito me estrepei. Sempre que quis falar, falei. Muito me ralei. Aprendi um pouco a calar, a tentar respirar fundo e pensar.
Clarissa Corrêa
terça-feira, março 20, 2012 | Marcadores: Ana Jácomo
O tempo, de vento em vento, desmanchou o penteado arrumadinho de várias certezas que eu tinha, e algumas vezes descabelou completamente a minha alma. Mesmo que isso tenha me assustado muito aqui e ali, no somatório de tudo, foi graça, alívio e abertura. A gente não precisa de certezas estáticas. A gente precisa é aprender a manha de saber se reinventar. De se tornar manhã novíssima depois de cada longa noite escura. De duvidar até acreditar com o coração isento das crenças alheias. A gente precisa é saber criar espaço, não importa o tamanho dos apertos. A gente precisa é de um olhar fresco, que não envelhece, apesar de tudo o que já viu. É de um amor que não enruga, apesar das memórias todas na pele da alma. A gente precisa é deixar de ser sobrevivente para, finalmente, viver. A gente precisa mesmo é aprender a ser feliz a partir do único lugar onde a felicidade pode começar, florir, esparramar seus ramos, compartilhar seus frutos...
Ana Jácomo
terça-feira, março 20, 2012 | Marcadores: Ana Jácomo
terça-feira, março 20, 2012 | Marcadores: Caio Fernando Abreu
segunda-feira, março 19, 2012 | Marcadores: Rita Apoena
Sugestão para presente:
Amor. Bolinhas de sabão. O som de copos com água. O som das gotas no chão. A música por trás dos ruídos. Um coração encostado no outro. Um avião nas mãos de um menino. Um barquinho de papel. Uma pipa atravessando as nuvens. Uma sementeira de tulipas. Um mingauzinho de aveia. Um par de meias listradas. Dois ou três cata-ventos. Uma palavra inventada.
Rita Apoena
segunda-feira, março 19, 2012 | Marcadores: Briza Mulatinho
domingo, março 18, 2012 | Marcadores: Lídia Martins
É noite aqui. Levanto os olhos pro céu como se quisesse caçar estrelas que me escapam em pleno vôo. Pergunto-me, como é possível sentir alguém tão distante e, no entanto, poder ler cada dobra de seus lábios. O monstro de chocolate continua fazendo sombra na minha escrivaninha. Continua nevando aqui. Mas muito pouco. Eu fujo da neve, para que meu coração não esfrie. Vai ver esta neve é a caspa de Deus coçando a cabeça, enquanto pensa no que vai fazer comigo.
Lídia Martins
domingo, março 18, 2012 | Marcadores: Lídia Martins
Mas que bonito é já saber onde não se quer estar. Passei as mãos pela cabeça e afastei os cabelos bem demoradamente. Era tarde demais para desistir de ser feliz. Continuo sem saber onde está a agulha para costurar esses maus dias e fazer deles uma colcha de esquecimento. Mas não é por isso que vou parar de acreditar. Quero forrar as lembranças mais lindas em minha cama e fazer dormir todas as dores que já senti. Amarelo-ouro - foi assim que amanheci. Eu amei um pássaro. Queria te pedir pra ficar. Decidi te pedir pra voar. Voa. Reúne tuas forças. Voa. Transpõe os céus. Voa. Ultrapasse as nuvens. Voa. Acenda as estrelas para que eu te possa ver brilhar. Voa. Senta no colo da lua para ela te enfeitiçar. Voa. E jogue raios de sol por onde você passar. Voa. Espanta com teu sorriso toda a tristeza que no seu caminho atravessar. Voa. Contempla a linha comprida do horizonte. Voa. Respire o ar puro que há por trás daqueles montes. Voa. Olha o sem-fim do mundo dos ombros desse gigante.Voa. Brinque com os cometas por entre os pés de vento. Pisa no ar. E me traga de presente a Via-Láctea quando voltar. Só não derrube as amorinhas fendilhadas brilhando em verde azul, ou a amoreira vai outra vez se abalar. Esperava em silêncio, mas o coração fazia muito barulho. Era rosa. Tinha medo de despetalar.
Lídia Martins
sexta-feira, março 16, 2012 | Marcadores: Anais Nin
Passei a maior parte da minha vida enriquecendo uma longa espera pelos grandes acontecimentos. Agora compreendo a estranha inquietação, o trágico senso de fracasso, o profundo descontentamento. Eu estava esperando a hora de expansão, do viver verdadeiro. Todo o resto foi uma preparação para ficar apoiada em meus próprios pés novamente, para não depender de ninguém. Por quê? Medo de ser magoada mais uma vez...
Anais Nin
sexta-feira, março 16, 2012 | Marcadores: Tati Bernardi
E voei, voei. Eu e o meu medo de me magoar de novo com todo mundo e precisar de novo odiar tanto e me proteger tanto que fico demasiadamente má e me sinto má e começo a fazer maldades comigo. Eu prefiro esse peito todo errado do que outro peito. Eu gritava. Eu prefiro mil vezes me assumir do que assumir o mundo mil vezes errado. Eu gritei. E então, tudo continuava ali, prestes a dar muito errado, a falir, a cair no chão e fazer meu próprio buraco. Tudo estava ali. Todo o meu potencial gigantesco pra fazer da minha vida um inferno imenso. E eu assumi meu peso, eu assumi meu medos, eu assumi toda a merda. E assim, voei ainda mais alto, como se flutuasse. Eu peguei pra mim tudo o que soltava por aí e, surpreendentemente, fiquei mais leve. Se dava pra ir de pesadelo pra sonho deitada, imagina o que eu não poderia fazer da minha vida a hora que ficasse em pé.
Tati Bernardi
sexta-feira, março 16, 2012 | Marcadores: Tati Bernardi
sexta-feira, março 16, 2012 | Marcadores: Tati Bernardi
Essa vida viu, Zé. Pode ser boa que é uma coisa. Já chorei muito, já doeu muito esse coração. Mas agora tô, ó, tá vendo? De pedra. Uma tora. Um macho. (...) Sabe Zé, no começo doeu não sentir nada. Mas eu consegui. Eu não sinto nada. Nada. Nem pena do mundo eu consigo mais sentir. Minha pureza era linda, Zé, mas ninguém entendia ela, ninguém acolhia ela. Todo mundo só abusava dela. Agora ninguém mais abusa da minha alma pelo simples fato de que eu não tenho mais alma nenhuma. Já era, Zé. É isso que chamam de ser esperto? Nossa, então eu sou uma ninja. Bate aqui no meu peito, Zé!? Sentiu o barulho de granito?
Tati Bernardi
sexta-feira, março 16, 2012 | Marcadores: Tati Bernardi
Eu nunca vou entender porque a gente continua voltando pra casa querendo ser de alguém, ainda que a gente esteja um ao lado do outro. Eu nunca vou entender porque você é exatamente o que eu quero, eu sou exatamente o que você quer, mas as nossas exatidões não funcionam numa conta de mais. Mas aí, daqui uns dias, igual faz há alguns anos, você vai me ligar. Querendo tomar aquele café de sempre, pegar aquele cineminha, querendo me esconder como sempre... E eu vou topar. Não porque seja uma idiota, não me dê valor ou não tenha nada melhor pra fazer. Apenas porque você me lembra o mistério da vida. Simplesmente porque é assim que a gente faz com a nossa própria existência: não entendemos nada, mas continuamos insistindo.
Tati Bernardi
sexta-feira, março 16, 2012 | Marcadores: Fernanda Mello
sexta-feira, março 16, 2012 | Marcadores: Caio Fernando Abreu
A gente finge que arruma o guarda-roupa, arruma o quarto, arruma a bagunça. Tira aquele tanto de coisa que não serve, porque ocupar espaço com coisas velhas não dá. As coisas novas querem entrar, tanta coisa bonita nas lojas por aí. Mas a gente nunca tira tudo. Sempre as esconde aqui, esconde ali, finge para si mesmo que ainda serve. A gente sabe. Que tá curta, pequeno, apertado. É que a gente queria tanto. Tanto. Acredito que arrumar a bagunça da vida é como arrumar a bagunça do quarto. Tirar tudo, rever roupas e sapatos, experimentar e ver o que ainda serve, jogar fora algumas coisas, outras separar para doação. Isso pode servir melhor para outra pessoa. Hora de deixar ir. Alguém precisa mais do que você. Se livrar. Deixar pra trás. Algumas coisas não servem mais. Você sabe. Chega. Porque guardar roupa velha dentro da gaveta é como ocupar o coração com alguém que não lhe serve. Perca de espaço, tempo, paciência e sentimento. Tem tanta gente interessante por aí querendo entrar. Deixa. Deixa entrar: na vida, no coração, na cabeça.
Caio Fernando de Abreu
quinta-feira, março 15, 2012 | Marcadores: Ana Jácomo
Não é preciso agendar, entrar em fila, contar com a sorte, acordar cedo para pegar senha: a possibilidade de recomeço está disponível o tempo todo, na maior parte dos casos. Não tem mistério, ela vem embrulhada com o papel bonito de cada instante novo, essa página em branco que olha pra gente sem ter a mínima ideia do que escolheremos escrever nas suas linhas. O que é preciso mesmo é coragem para abrir o presente.
Ana Jácomo
quarta-feira, março 14, 2012 | Marcadores: Tamara Soares
Meu Deus, que eu jamais desista de lutar e de acreditar que um dia tudo será diferente. Que essas linhas que muitas vezes traduzem uma tristeza calada não passem de lembranças. Que a saudade daquilo que não tive não me doa tanto. Que eu possa me perdoar de vez em quando e que eu saiba dizer o que eu penso sem culpa. Que minha raiva seja como uma chuva de verão, passageira. Que eu possa olhar pra trás e me orgulhar dos meus tropeços. Que a vida dos outros não me interesse. Que eu tenha força e coragem pra seguir meus sonhos. Que eu tenha mais paciência com quem eu amo. Que eu traga comigo palavras e conselhos sinceros. Que eu possa iluminar a vida de alguém mesmo de forma imperceptível. Que meus desejos se reprimam quando necessário. Que meu coração mesmo quebrado em mil pedaços, consiga amar de novo e de novo. Que eu consiga discernir pessoas de máscaras. Que eu não contenha minhas lágrimas. Que eu tenha maturidade pra aceitar as coisas que eu não posso mudar. Que eu leve menos de uma vida pra entender que as pessoas mudam e que ninguém é obrigado a atender minhas expectativas... Amém.
Tamara Soares
quarta-feira, março 14, 2012 | Marcadores: Rita Apoena
terça-feira, março 13, 2012 | Marcadores: Marla de Queiroz
O tempo se apossou do que havia. (Foi quando pude te explicar que as minhas expectativas não eram exigências). Hoje em dia, depois de tanta história não acontecida, sobrou amizade, saudade, respeito. Já que fomos tão inábeis para o amor, restou enfim, essa ternura encabulada e nossas conversas pela madrugada numa hora em que a saudade nos constrói as frases com todos os adjetivos mais suaves para não espantar o sono. E a consciência de que não há mais tempo para usufruir o que não foi aproveitado a tempo. (Por isso choramos apenas por dentro sem deixar que nossa voz denuncie nosso olhar raso de esperas intactas). Por isso tanta doçura nas palavras pra não ferir ainda mais essa melodia frágil e cheia de melancolia. E essa tentativa de que o abraço, apenas escrito, tenha outras formas de tocar. Porque queríamos a mesma coisa, exatamente o que nos faltava e que não soubemos porque não tínhamos para dar. Seguimos, ainda assim, unidos — não por sentirmos o mesmo amor, mas por compartilharmos aquela mesma solidão.
Marla de Queiroz
terça-feira, março 13, 2012 | Marcadores: Briza Mulatinho
Eu escrevo teu nome nessas pedras, que vou jogando por onde passo. No fundo, espero que você me siga, mas não tenho coragem de pedir. Aí, tem gente que vem, sem nem ser chamado, sem nem se importar com o fato do nome escrito ali, ser outro. As pessoas não ligam pr´essas pequenezas, sabe? Eu ligo. Ligo pra tudo. Sou mais de detalhes, que do todo. Sempre fui. O fato é que fico olhando pra trás pra ver se você tá vindo e já tropecei umas quantas vezes. Esses dias mais. Isso porque não sinto teu cheiro no ar, não ouço o teu riso passeando pelas horas. E sinto falta. E sinto um quase-medo. Embora, não tenha a menor idéia de quê. Sabe quando você pressente o monstro no escuro, mesmo sem poder vê-lo? É assim. Não sei se você entende, não sei se alguém entende e, realmente, não me importo. Não me importo mais com um monte de coisas. Dos benefícios do tempo. Hoje, parei e sentei bem aqui na beira desse rio que me atravessa. Só pra te pensar bem forte e te fazer sentir amor do lado de lá. Sim, porque você ainda não atravessou a ponte, bem sei. Mas, ando me sentindo fraca e cansada. Tenho andado demais, jogado pedras demais, esperado demais e você não me alcança. Talvez, seja melhor mergulhar e afogar os pensamentos. Espero que você consiga chegar a tempo e salvar os mais bonitos.
Briza Mulatinho
terça-feira, março 13, 2012 | Marcadores: Briza Mulatinho
De todos as cores, vermelho.
De todas as flores, gérbera.
Reza toda noite antes de dormir.
E nunca esquece de agradecer pelas bonitezas do dia.
Agradece também pelo que é feio, mas engrandece.
Acredita que o sofrimento enobrece, mas nem sempre, porque prefere o caminho mais fácil.
Põe o pé direito pra fora da cama primeiro.
Herdou algumas supertições.
Está sempre apressada e atrasada.
Fala mais com as mãos, que com a boca.
Pensa mais rápido que fala e quase não fala o que pensa.
Aprendeu a ser comedida.
Tropeçou muitas vezes no caminho.
Já se apaixonou pra sempre.
Já morreu de amor.
Não acredita mais em príncipe encantado, mas torce pra que lhe provem o contrário todo-santo-dia.
Briza Mulatinho
terça-feira, março 13, 2012 | Marcadores: Clarissa Corrêa
Vivo me surpreendendo. Muitas vezes, penso que não vou suportar, e suporto. Em outras situações, penso que vou conseguir, mas minhas pernas falham e caio no chão. Me desafio, diariamente. Até onde você chega? Vamos lá, mostra para mim quem é você, até onde você é capaz de seguir em frente. E me supero, de um jeito ou de outro, na marra e na garra, diariamente...
Clarissa Côrrea
segunda-feira, março 12, 2012 | Marcadores: Fernanda Mello
Mas tudo está bem agora, eu digo: agora. Houve uma mudança de planos e eu me sinto incrivelmente leve e feliz. Descobri tantas coisas. Tantas, tantas. Existe tanta coisa mais importante nessa vida que sofrer por amor. Que viver um amor. Tantos amigos. Tantos lugares. Tantas frases e livros e sentidos. Tantas pessoas novas. Indo. Vindo. Tenho só um mundo pela frente. E olhe pra ele. Olhe o mundo! É tão pequeno diante de tudo o que sinto. Sofrer dói. Dói e não é pouco. Mas faz um bem danado depois que passa. Descobri, ou melhor, aceitei: eu nunca vou esquecer o amor da minha vida. Nunca. Mas agora, com sua licença. Não dá mais para ocupar o mesmo espaço. Meu tempo não se mede em relógios. E a vida lá fora, me chama!
Fernanda Mello
segunda-feira, março 12, 2012 | Marcadores: Vanessa Leonardi
Poderia seguir meu sonho, mas não lembro dele essa manhã. Hoje acordei pra viver, levantar e seguir em frente. Porque a vida sempre pede um pouco mais da gente. Veja bem, a vida, não os outros. Hoje vou viver pra esperança, pra coisas bonitas... Mesmo que tudo dê pra trás. Hoje vou andar de mãos dadas com meu anjo da guarda e prometo me esforçar pra ser boa. Hoje vou viver na Terra cheia de Céu.
Vanessa Leonardi
segunda-feira, março 12, 2012 | Marcadores: Haruki Murakami
E quando a tempestade tiver passado, mal te lembrarás de ter conseguido atravessá-la, de ter conseguido sobreviver.
Nem sequer terás a certeza de a tormenta ter realmente chegado ao fim. Mas uma coisa é certa.
Quando saíres da tempestade já não serás a mesma pessoa. Só assim as tempestades fazem sentido.
Haruki Murakami
domingo, março 11, 2012 | Marcadores: Ana Jácomo
Até que num belo momento, depois de muito cansaço, depois de muito doer, depois de muita neblina, depois de muita busca, sobretudo, a gente descobre, contente que nem criança diante de novidade, onde o amor estava o tempo todo. Onde estava a chave. Onde estava o alimento. Maravilhados, começamos a cuidar de nós mesmos. Começamos a dedicar carinho e delicadeza a nós mesmos, esses que pensávamos que podiam vir somente dos outros. Descobrimos que o interruptor que faz a vida acender esteve o tempo inteiro no nosso próprio coração.
Ana Jácomo
domingo, março 11, 2012 | Marcadores: Ana Jácomo
Igualzinho ao que acontece com todas as pessoas, num trecho ou outro da estrada, eu já senti tanta dor que parecia que os golpes haviam me quebrado toda por dentro. Não sabia se era possível juntar os pedaços, por onde começar, nem se o cansaço me permitiria movimentos na direção de qualquer tentativa. Quando o susto é grande e dói assim, a gente precisa de algum tempo para recuperar o fôlego outra vez. Para voltar a caminhar sem contrair tanto os ombros e a vida. Um espaço para a gente quase se reinventar.
O tempo passa. O fôlego retorna. Parece milagre, mas as sementes de cura começam a florescer nos mesmos jardins onde parecia que nenhuma outra flor brotaria. A alma é sábia: enquanto achamos que só existe dor, ela trabalha, em silêncio, para tecer o momento novo. E ele chega.
Ana Jácomo
domingo, março 11, 2012 | Marcadores: Ana Jácomo
Houve um momento em que o aperto foi tão extremo e aflitivo que eu imaginei não conseguir suportar. Eu nem sabia que, exatamente naquele ponto, a natureza tecia asas para mim, em silêncio, mas foi lá que senti que eu era feita também para voar. O aperto, entendi somente depois, era uma espécie de morte, um prenúncio da transformação, uma ponte que me levaria a outro modo de ser.
Ana Jácomo
domingo, março 11, 2012 | Marcadores: Ana Jácomo
Em muitos trechos do caminho, às vezes bem longos, carregamos muito peso na alma sem também notar.
A gente se acostuma muito fácil às circunstâncias difíceis que às vezes podem ser mudadas.
A gente se adapta demais ao que faz nossos olhos brilharem menos.
A gente camufla a exaustão.
A gente inventa inúmeras maneiras para revestir o coração com isolamento acústico para evitar ouvi-lo.
A gente faz de conta que a vida é assim mesmo e ponto.
A gente arrasta bolas de ferro e faz de conta que carrega pétalas só pra não precisar
fazer contato com as nossas insatisfações e agir para transformá-las.
A gente carrega tanto peso, no sentimento, um bocado de vezes, porque resiste à mudança.
Até o dia em que a alma, cansada de não ser olhada, encontra o seu jeito de ser vista e de dizer quem é que manda.
Ana Jácomo
sábado, março 10, 2012 | Marcadores: Tati Bernardi
História escrita a lápis, lápis-borracha para tudo ser mais prático. Escrita de qualquer jeito, torta, em linhas invisíveis. Com um início de perder o fôlego, mas com um eterno três pontinhos num final que nem existe. Os três pontinhos são o que me matam, ponto final seria a dureza clara e o fim da história, três pontinhos são o que me matam.
Tati Bernardi
sábado, março 10, 2012 | Marcadores: Tati Bernardi
sábado, março 10, 2012 | Marcadores: Tati Bernardi
Caso tudo isso seja um trabalho inconsciente para me perder, parabéns, você está conseguindo. Mas se ainda existir dentro de você alguma esperança, eu preciso demais que você me abrace e me faça sentir aquilo novamente. É fácil, basta você querer, eu ainda quero tanto. (...) Eu preciso sentir que você ainda sente, eu preciso que o seu coração dê um choque no meu, eu preciso saber que seu peito ainda aperta um pouco quando eu vou embora e se espalha como borboletas nas veias quando eu chego.
Tati Bernardi
sexta-feira, março 09, 2012 | Marcadores: Gabito Nunes
sexta-feira, março 09, 2012 | Marcadores: Gabito Nunes
sexta-feira, março 09, 2012 | Marcadores: Gabito Nunes
Existem aqueles dias radiantes que a gente acha que sente que chegou a hora. Só que na maioria deles, a realidade tem preguiça de superar os sonhos mágicos desse meu coração, esse que também serve de depósito para restos de amores que me acertam de raspão. Olha, não sei qual dói mais. Quando acaba, quando sentimos que acabou, ou quando a gente precisa cair na real que acabou e já faz tempo.
Gabito Nunes
quinta-feira, março 08, 2012 | Marcadores: Fernanda Mello
Eu preciso aprender a ser menos. Menos dramática. Menos intensa. Menos exagerada. Alguém já desejou isso na vida: ser menos? Pois é. Estranho. Mas eu preciso. Nesse minuto, nesse segundo, por favor, me bloqueie o coração, me cale o pensamento, me dê uma droga forte para tranqüilizar a alma. Porque eu preciso. E preciso muito. Eu preciso diminuir o ritmo, abaixar o volume, andar na velocidade permitida, não atropelar quem chega, não tropeçar em mim mesma. Eu preciso respirar. Me aperte o pause, me deixe em stand by, eu não dou conta do meu coração que quer muito. Eu preciso desatar o nó. Eu preciso sentir menos, sonhar menos, amar menos, sofrer menos ainda. Aonde está a placa de PARE bem no meio da minha frase? Confesso: eu não consigo. Nada em mim pára, nada em mim é morno, nada é pouco, não existe sinal vermelho no meu caminho que se abre e me chama. E eu vou... Com o coração na mochila, o lápis borrado, o sorriso e a dúvida, a coragem e o medo, mas vou... Não digo: "estou indo", não digo: "daqui a pouco", nada tem hora a não ser agora. Existe aí algum remedinho para não-sentir? Existe alguma terapia, acupuntura, pedras, cores e aromas para me calar a alma e deixar mudo o pensamento? Quer saber? Existe. Existe e eu preciso. Preciso e não quero.
Fernanda Mello