Sempre me senti diferente dos outros. Não mais bonita, não
mais inteligente, não mais especial, não mais esperta, não mais maluca, não
mais legal, apenas diferente. Sou diferente na forma de sentir, tudo que me
toca, me toca fundo. Tudo que me alegra, me alegra muito. Tudo que me dói, dói
forte, corta. Nunca tive muitos freios em matéria de sentimento. Sempre que eu
quis ir, fui. Muito me estrepei. Sempre que quis falar, falei. Muito me ralei.
Aprendi um pouco a calar, a tentar respirar fundo e pensar.
Clarissa Corrêa
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