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Sempre que estou só, penso na vida e no que estou fazendo com ela. Um grande buraco negro se abre. Tudo fica oco. Vazio. Às vezes me sinto tão perdida dentro de mim que parece que me dividi em duas. Me desentendo comigo mesma. Me perco e não me acho. É estranho a sensação de nunca estar em casa. Tantos sonhos se desmoronaram como uma pirâmide de baralho. E o que era doce na infância agora é fardo. Talvez não devesse ter ido tão longe, talvez não teria me perdido tanto de vista. Talvez devesse ter segurado mais os meus sonhos ao invés de deixá-los livres como borboletas rodopiando por entre as flores. Agora sinto que devo fazer as pazes com o tempo. Me apressar e corrigir esses estragos. Tirar a poeira da alma. E quem sabe até poder encontrar um outro norte. Me encantar com ele e perceber que algumas mudanças fazem bem pra alma. Por que a vida não é só tristeza, tem também aquela outra coisa, a tal felicidade.

Jéssica Damasceno

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