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É noite aqui. Levanto os olhos pro céu como se quisesse caçar estrelas que me escapam em pleno vôo. Pergunto-me, como é possível sentir alguém tão distante e, no entanto, poder ler cada dobra de seus lábios. O monstro de chocolate continua fazendo sombra na minha escrivaninha. Continua nevando aqui. Mas muito pouco. Eu fujo da neve, para que meu coração não esfrie. Vai ver esta neve é a caspa de Deus coçando a cabeça, enquanto pensa no que vai fazer comigo.

Lídia Martins

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